Uma das melhores professoras que tive, um dia disse que a
nossa geração é uma “juventude atordoada, sem exemplos de moral”, fiquei
surpreso, pois essa é a realidade do movimento estudantil (me). Ficou evidente
nesse último mês que existe uma voz de vanguarda nas ruas, indo contra esse
atordoamento, isso incomodou a elite e preocupa os poderosos, mas não se vê os
debates citarem essa verdade sobre o me.
O me é construído
principalmente nas universidades públicas, as disputas internas das diferentes
correntes políticas se direcionam basicamente para os CA’s e DCE’s, essas são
entidades representativas dos estudantes lá dentro, geralmente as decisões
direcionam as ações para fora, como protestos e etc.
Até ai para muitos
leitores é assunto trivial, o grande problema é a avalanche de corrupção e
falta de democracia nessas entidades, os jovens estão nas ruas gritando pelo
fim da corrupção no congresso, mas sempre esquecem da autocrítica. Eleições de
CA’s que não existe campanha, votos fantasmas, prestações de contas furadas ou
inexistentes, dinheiro da carteira de estudante financiando drogas ilícitas ou
bebedeira.
Muitas vezes o
estudante comum, tenta ajudar ou buscar informações e é tratado de forma
truculenta, e é cerceado no seu direito de opinar. Essa situação é muito contraditória, e os
órgãos superiores não nos dão exemplos de moral e ética, incentivando essas
práticas. Isso é uma prova de que as famosas marchas de hoje podem virar apenas
um sopro sufocado e sem força amanhã, se não houver uma grande reforma interna.
Manifestantes contra a corrupção em SP
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